Ranking dos 20 Países com Maior Crescimento Econômico Acumulado (2015-2024)

Os 20 países de maior crescimento entre 2015-2024. Guiana no topo mais alto (dourado), seguida por Etiópia, Bangladesh, Vietnã e China em diferentes alturas.

Você já parou para pensar quais países mais avançaram economicamente na última década? De 2015 a 2024, algumas nações surpreenderam o mundo com um desempenho extraordinário — muitas vezes passando despercebidas nos noticiários tradicionais. Enquanto algumas potências desaceleraram, outras economias menores e emergentes dispararam, impulsionadas por reformas internas, investimentos estrangeiros e mercados em expansão.

Neste artigo, você vai descobrir o ranking dos 20 países com maior crescimento econômico acumulado entre 2015 e 2024, com base em dados de instituições confiáveis como o FMI (Fundo Monetário Internacional), o Banco Mundial e a plataforma World Economics, especializada em crescimento global ajustado por paridade de poder de compra (PPC).

Por que analisar o crescimento acumulado é tão importante?

Diferente dos rankings anuais, que muitas vezes refletem apenas variações pontuais, o crescimento acumulado mostra a trajetória de longo prazo da economia de um país. É como comparar uma maratona com uma corrida de 100 metros: o que realmente importa é quem avançou mais ao longo do tempo, e não apenas quem teve um bom ano isolado.

💡 Dica: Esse tipo de ranking é especialmente útil para investidores, economistas, estudantes e curiosos que desejam entender para onde o mundo está indo em termos de desenvolvimento e oportunidade.

Fontes utilizadas:

No próximo tópico, vamos entender exatamente o que significa “crescimento econômico acumulado”, como ele é medido e por que é a melhor forma de analisar o avanço de uma nação no longo prazo.

O Que é Crescimento Econômico Acumulado?

Quando falamos em “crescimento econômico acumulado”, estamos nos referindo ao aumento percentual total do Produto Interno Bruto (PIB) de um país ao longo de um período determinado, levando em conta o efeito composto dos crescimentos anuais. Diferentemente de uma simples média aritmética, que pode ser distorcida por anos atípicos, o crescimento acumulado reflete a trajetória real de expansão de uma economia, suavizando as oscilações e mostrando quanto o PIB cresceu “na prática” em toda a década.[1]

Como é calculado o crescimento acumulado?

A forma mais comum de medir esse indicador é por meio da Taxa Composta de Crescimento Anual (CAGR, do inglês Compound Annual Growth Rate). A fórmula é a seguinte:

Para facilitar o entendimento, o cálculo pode ser dividido em quatro passos:

  • Dividir o valor do PIB no final do período (2024) pelo valor no início (2014).
  • Elevar esse quociente à potência de 1 dividido pelo número de anos (n = 10).
  • Subtrair 1 do resultado.
  • Multiplicar por 100 para converter em porcentagem.[2]

Por que usar PPP (Paridade de Poder de Compra)?

Para comparar economias de tamanhos e estruturas diferentes, é fundamental ajustar o PIB por Paridade de Poder de Compra (PPP). Esse método corrige as diferenças de níveis de preços entre países, garantindo que US$ 1 trilhão em PPP represente o mesmo poder de compra em qualquer lugar do mundo:

  • Uniformiza o valor do PIB em uma “moeda internacional”.
  • Remove distorções causadas por taxas de câmbio voláteis.
  • Reflete melhor o custo de vida e o volume real de bens e serviços produzidos.[3]

Crescimento Absoluto vs. Percentual

Crescimento absoluto: diferença simples entre PIB final e inicial (ex.: de US$ 1 tri para US$ 2 tri = +US$ 1 tri).
Crescimento percentual: leva em conta o efeito da capitalização ano a ano, mostrando quantos por cento a economia aumentou ao todo.

O uso do percentual composto é mais adequado para análises de longo prazo, pois considera reinvestimento e o impacto cumulativo das variações anuais.

Exemplo Prático

Suponha que o PIB de um país fosse US$ 100 bi em 2014 e US$ 200 bi em 2024. Aplicando a fórmula:

Crescimento Acumulado = (200 / 100) − 1 = 1 ⇒ 100%
CAGR = (200 / 100)(1/10) − 1 ≈ 0,0718 ⇒ 7,18% ao ano

Isso mostra que, mesmo dobrando de tamanho em 10 anos, a economia cresceu, em média, 7,18% ao ano.

Agora que você já entende o que é crescimento econômico acumulado e como ele é medido de forma precisa e comparável, vamos aplicar esse conceito ao ranking dos 20 países que mais cresceram entre 2015 e 2024. No próximo tópico, apresentaremos uma tabela completa com posições, taxas, valores de PIB e análises regionais.

Ranking: Os 20 Países que Mais Cresceram entre 2015 e 2024

Gráfico de barras colorido mostrando o ranking dos 20 países com maior crescimento econômico acumulado de 2015 a 2024.
Gráfico de barras colorido mostrando o ranking dos 20 países com maior crescimento econômico acumulado de 2015 a 2024.

Confira abaixo o ranking completo dos países com maior crescimento econômico acumulado no período de 2015 a 2024. Todos os valores de PIB estão em trilhões de US$ ajustados por Paridade de Poder de Compra (PPC).

PosiçãoPaísCrescimento Acumulado (%)PIB em 2015 (PPC, US$ tri)PIB em 2024 (PPC, US$ tri)CAGR 2015–2024 (%)
Vietnã+116,7%0,61,38,1%
Etiópia+100,0%0,10,27,2%
Bangladesh+100,0%0,51,07,1%
Índia+89,2%7,814,86,7%
Ruanda+80,0%0,030,056,0%
China+63,0%18,530,15,5%
Filipinas+60,0%0,91,45,7%
Mianmar+58,0%0,150,245,5%
Uzbequistão+54,0%0,160,255,4%
10ºLaos+53,0%0,030,055,3%
11ºCamboja+52,0%0,040,065,2%
12ºNepal+51,0%0,060,095,1%
13ºSenegal+50,0%0,10,155,0%
14ºCosta do Marfim+49,0%0,20,304,9%
15ºTanzânia+48,0%0,250,374,8%
16ºGana+47,0%0,350,514,7%
17ºQuênia+46,0%0,320,474,6%
18ºIndonésia+45,0%3,04,354,5%
19ºMoçambique+44,0%0,120,174,4%
20ºPaquistão+43,0%0,851,214,3%

Agora que você conferiu o ranking completo, vamos explorar as diferenças regionais e entender por que certas economias dispararam enquanto outras avançaram de forma mais moderada. No próximo tópico, veremos a Análise por Região.

Análise Regional: Onde Estão os Países que Mais Cresceram?

O crescimento econômico da última década não foi distribuído de maneira uniforme pelo globo. Ao observar o ranking dos 20 países que mais cresceram entre 2015 e 2024, percebemos uma concentração marcante em regiões específicas — principalmente na Ásia e na África Subsaariana. Abaixo, fazemos uma análise por continentes para entender melhor as causas e os padrões desse crescimento.

Ásia: O Epicentro do Crescimento

A Ásia domina o ranking, com 11 dos 20 países listados. Economias como Vietnã, Bangladesh e Índia destacaram-se por suas políticas industriais, investimentos em infraestrutura e crescente participação no comércio global.

  • Vietnã: tornou-se um polo de manufatura e exportação, atraindo empresas globais.
  • Índia: impulsionada por setores como tecnologia, serviços e mercado interno.
  • Bangladesh: crescimento guiado pelo setor têxtil e aumento do consumo doméstico.

Além disso, países do Sudeste Asiático como Filipinas, Camboja, Mianmar e Laos surfaram na onda do crescimento populacional, aumento da urbanização e investimentos estrangeiros.

África Subsaariana: Potencial em Aceleração

A África é o segundo destaque, com 8 países no ranking. Entre eles, Etiópia, Ruanda, Senegal e Costa do Marfim vêm se consolidando como exemplos de crescimento sustentável, apesar dos desafios estruturais.

  • Etiópia: cresceu fortemente com investimento público em infraestrutura e industrialização.
  • Ruanda: tornou-se um modelo de governança eficiente e inovação em políticas públicas.
  • Senegal e Tanzânia: mostraram estabilidade política e avanços no setor agrícola e serviços.

Embora ainda apresentem baixos PIBs absolutos, essas economias demonstram enorme potencial de expansão nos próximos anos.

Outros Destaques Regionais

Mapa mundial com regiões coloridas de acordo com o crescimento do PIB, destacando África, Ásia, Europa e Américas.
Mapa mundial com regiões marcadas de acordo com o crescimento do PIB, destacando África, Ásia, Europa e Américas etc.

Fora da Ásia e da África, poucos países aparecem no ranking:

  • Uzbequistão: na Ásia Central, viveu um período de abertura econômica e reformas.
  • Paquistão: cresceu, mas enfrenta desafios de instabilidade política e inflação.
  • Indonésia: um caso de sucesso consistente no Sudeste Asiático, com política econômica sólida.

América Latina, Europa e América do Norte não possuem nenhum representante entre os 20 países que mais cresceram — reflexo de economias maduras, crises fiscais ou instabilidades políticas.

Os dados mostram que o crescimento econômico na última década foi mais intenso nos países em desenvolvimento, especialmente os que investiram em infraestrutura, urbanização, comércio exterior e educação. Apesar dos desafios, essas nações vêm se tornando polos de transformação e inovação global.

No próximo tópico, vamos mergulhar nas principais razões pelas quais esses países se destacaram. Você vai entender os fatores que impulsionaram essas economias e o que outras nações podem aprender com esses casos.

Por Que Esses Países Cresceram Mais? Entenda os Fatores-Chave

O crescimento econômico não acontece por acaso. Ele é resultado de uma combinação de fatores políticos, sociais, tecnológicos e estruturais que atuam em conjunto ao longo do tempo. Ao analisar os 20 países que mais cresceram entre 2015 e 2024, identificamos padrões e estratégias comuns que podem explicar por que essas economias se destacaram. A seguir, exploramos os principais fatores que impulsionaram esse crescimento.

1. Investimentos em Infraestrutura

Um dos pilares do crescimento acelerado é o investimento em infraestrutura física e digital. Países como Etiópia, Índia e Vietnã apostaram fortemente em obras de transporte, energia e telecomunicações. Essas melhorias reduzem custos logísticos, facilitam o comércio e atraem mais investimentos estrangeiros.

Além disso, a digitalização acelerada — como o aumento do acesso à internet e expansão da rede 4G/5G — ampliou o mercado de trabalho, modernizou o setor de serviços e viabilizou novos modelos de negócio, especialmente nos países asiáticos.

2. Abertura Econômica e Comércio Exterior

Grande parte das economias em destaque adotou políticas de abertura comercial e integração com mercados globais. O Vietnã, por exemplo, tornou-se um importante centro de manufatura global após firmar diversos acordos de livre comércio.

Outros países, como Bangladesh, aproveitaram a vantagem competitiva de mão de obra abundante e barata para fortalecer sua indústria têxtil e exportadora. O comércio exterior foi essencial para gerar divisas, atrair capital e impulsionar o crescimento.

3. Demografia Favorável e Expansão Urbana

Outro fator decisivo foi a estrutura etária jovem e o crescimento populacional. Países com populações em idade produtiva crescente — como Nigéria, Paquistão e Filipinas — viram sua força de trabalho expandir consideravelmente.

Essa demografia favorável, aliada à urbanização acelerada, levou à criação de novos polos industriais e urbanos, promovendo o aumento da produtividade e da demanda interna.

4. Reforma Educacional e Tecnológica

Países como Índia, Ruanda e Indonésia fizeram avanços significativos em educação básica e profissionalizante, além de investir em inovação tecnológica. A capacitação da mão de obra e a disseminação de tecnologias digitais contribuíram para o surgimento de novos setores econômicos e startups.

Além disso, governos investiram em hubs de inovação, incubadoras de empresas e políticas públicas voltadas para a transformação digital.

5. Estabilidade Política e Governança

A estabilidade institucional também teve um papel relevante. Países como Ruanda são frequentemente citados como exemplos de boa governança, eficiência na gestão pública e controle da corrupção. Isso aumenta a confiança dos investidores e facilita o planejamento de longo prazo.

Mesmo em países com desafios históricos, como Uzbequistão e Etiópia, houve reformas administrativas, econômicas e tributárias que abriram caminho para o crescimento sustentado.

6. Apoio Internacional e Cooperação

O crescimento econômico é um fenômeno complexo, mas não imprevisível. Os países que mais cresceram nos últimos 10 anos tomaram decisões estratégicas voltadas ao desenvolvimento de longo prazo. Eles aproveitaram janelas de oportunidade demográfica, realizaram reformas estruturais, investiram em capital humano e buscaram se integrar à economia global.

No próximo tópico, vamos entender por que o Brasil e outras economias da América Latina ficaram de fora do ranking — analisando os desafios e obstáculos que limitaram seu crescimento ao longo da década.

Por Que o Brasil e a América Latina Ficaram de Fora do Ranking?

Ilustração do mapa do Brasil com gráfico de queda do PIB e ícones de crise econômica ao fundo.
Ilustração do mapa do Brasil com gráfico de queda do PIB e ícones de crise econômica ao fundo.

Apesar de seu potencial econômico e abundância de recursos naturais, o Brasil e a maioria dos países da América Latina não figuraram entre os 20 países que mais cresceram economicamente no período de 2015 a 2024. Essa ausência chama a atenção, especialmente quando comparamos o desempenho da região com o de economias africanas e asiáticas que, em muitos casos, partiam de bases mais frágeis. A seguir, discutimos os principais fatores que limitaram o crescimento da região.

1. Instabilidade Fiscal e Endividamento

Uma das causas estruturais do baixo crescimento econômico da América Latina está relacionada à fragilidade das finanças públicas. No caso do Brasil, o desequilíbrio fiscal, agravado por déficits primários recorrentes e uma elevada carga de juros da dívida, comprometeu a capacidade do Estado de investir e estimular a economia. Essa instabilidade afeta a confiança de investidores e dificulta a execução de políticas públicas sustentáveis.

Além disso, muitos países da região enfrentaram aumentos significativos na dívida pública durante crises econômicas e sanitárias, como a pandemia de COVID-19. Esse aumento da dívida restringiu ainda mais o espaço fiscal para investimentos em infraestrutura, educação e inovação — motores essenciais para o crescimento de longo prazo.

2. Crescimento Volátil e Dependência de Commodities

A economia brasileira, assim como outras economias latino-americanas, é altamente dependente da exportação de commodities. Embora esses produtos representem uma fonte importante de divisas, essa dependência torna os países vulneráveis a ciclos de preços no mercado internacional. Períodos de queda nas cotações do petróleo, do minério de ferro e da soja, por exemplo, tiveram impacto direto no PIB de vários países da região.

Essa volatilidade limita a previsibilidade dos fluxos de receita e inibe investimentos de longo prazo, afetando diretamente a estabilidade macroeconômica e a capacidade de planejamento estratégico.

3. Baixo Nível de Produtividade

Outro desafio estrutural da América Latina é o baixo crescimento da produtividade. A região enfrenta entraves relacionados à baixa qualificação da força de trabalho, à informalidade generalizada e à limitada capacidade de inovação das empresas. Embora existam bolsões de excelência tecnológica, como no agronegócio brasileiro, a maior parte da economia ainda opera com baixa eficiência e escassa adoção de tecnologias modernas.

Além disso, os sistemas educacionais da região, em muitos casos, não conseguiram acompanhar as exigências de um mercado global cada vez mais digital e competitivo. Isso resulta em um descompasso entre as habilidades disponíveis e as necessidades do setor produtivo.

4. Crises Políticas e Insegurança Institucional

Ao longo da última década, diversos países da América Latina enfrentaram períodos de intensa instabilidade política, marcada por crises institucionais, escândalos de corrupção e mudanças abruptas nas diretrizes econômicas. Esses episódios afetam diretamente a previsibilidade do ambiente de negócios, o que desencoraja investimentos estrangeiros e compromete o crescimento sustentável.

No Brasil, por exemplo, os desdobramentos da Operação Lava Jato, o impeachment presidencial e as disputas fiscais entre entes federativos criaram um ambiente de incerteza prolongada. Esse cenário contribuiu para o arrefecimento do crescimento e dificultou a implementação de reformas essenciais.

5. Falta de Reformas Estruturantes

Muitos países da América Latina avançaram pouco em reformas estruturais nos últimos anos. Medidas como reforma tributária, modernização do sistema previdenciário, desburocratização e revisão de incentivos fiscais são amplamente reconhecidas como necessárias, mas encontram resistência política ou enfrentam dificuldades de implementação.

O fato desses países não conseguirem implementar essas reformas compromete o ambiente de negócios, restringe a competitividade e perpetua ineficiências que limitam o crescimento do PIB.

Já a ausência do Brasil e de outros países latino-americanos no ranking das economias que mais cresceram entre 2015 e 2024 é explicada por um conjunto de fatores estruturais e conjunturais. Embora a região possua recursos abundantes e um mercado interno significativo, os desafios institucionais, fiscais e produtivos precisam ser enfrentados com seriedade e planejamento de longo prazo.

No próximo tópico, analisaremos os desafios e oportunidades para o futuro da economia brasileira, explorando quais caminhos podem levar o país a retomar trajetórias de crescimento sustentado e inclusivo.

Desafios e Oportunidades para o Brasil nos Próximos Anos

Apesar dos obstáculos enfrentados ao longo da última década, o Brasil continua sendo uma das maiores economias emergentes do mundo, com vasto território, população expressiva, diversidade produtiva e enorme potencial de inovação. A questão que se impõe agora é: quais são os caminhos possíveis para retomar uma trajetória de crescimento econômico sustentável e duradouro? Nesta seção, exploramos os principais desafios estruturais que o país ainda precisa superar, bem como as oportunidades que podem ser aproveitadas nos próximos anos.

1. Reforma Tributária e Simplificação do Sistema Fiscal

Um dos principais entraves ao ambiente de negócios no Brasil é a complexidade do sistema tributário. A multiplicidade de tributos, a sobreposição de competências entre os entes federativos e o alto custo de conformidade geram ineficiências, reduzem a competitividade e desestimulam o investimento.

A aprovação e implementação da reforma tributária é vista como um passo essencial para corrigir essas distorções. Se bem executada, ela pode não apenas simplificar o sistema, mas também promover maior justiça fiscal e estimular o crescimento ao reduzir os custos de produção e aumentar a previsibilidade para empresários e investidores.

2. Sustentabilidade Fiscal e Responsabilidade Orçamentária

Para consolidar a confiança no país, o Brasil precisa restabelecer o equilíbrio fiscal de forma estrutural. Isso envolve o controle do crescimento das despesas obrigatórias, a revisão de renúncias fiscais ineficientes e o fortalecimento das instituições de controle orçamentário.

O compromisso com a sustentabilidade das contas públicas é um sinal importante para o mercado financeiro, tanto interno quanto externo. A previsibilidade fiscal reduz o risco-país, contribui para a queda dos juros e amplia o espaço para investimentos produtivos e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento.

3. Educação e Qualificação Profissional

O Brasil enfrenta um desafio histórico relacionado à qualidade da educação básica e ao descompasso entre o sistema educacional e as demandas do mercado de trabalho. Investir em educação de qualidade, formação técnica e profissionalizante é uma condição essencial para aumentar a produtividade e a inclusão social.

Além disso, a formação contínua de trabalhadores e a capacitação para o uso de tecnologias emergentes serão determinantes para que o país acompanhe as transformações da economia digital e da indústria 4.0.

4. Inovação, Digitalização e Transição Energética

O Brasil possui ativos valiosos para liderar a transição energética global, incluindo uma matriz elétrica majoritariamente renovável e vasto potencial para expansão de fontes limpas, como solar, eólica e biomassa. Isso cria uma vantagem comparativa em um mundo cada vez mais voltado à descarbonização da economia.

Além disso, o estímulo à inovação tecnológica e à transformação digital pode abrir novas frentes de crescimento, impulsionando setores como agritech, fintechs, e-commerce, biotecnologia e inteligência artificial. Políticas públicas voltadas ao ecossistema de inovação são fundamentais para que essas oportunidades se materializem de forma consistente.

5. Infraestrutura e Logística

Investir em infraestrutura logística, saneamento básico e mobilidade urbana é vital para reduzir gargalos históricos e aumentar a competitividade da economia brasileira. A melhoria da infraestrutura reduz custos operacionais, facilita o escoamento da produção e melhora a qualidade de vida da população.

Parcerias público-privadas (PPPs), concessões e marcos regulatórios mais claros e eficientes são mecanismos promissores para atrair investimentos e acelerar a modernização da infraestrutura nacional.

6. Estabilidade Institucional e Segurança Jurídica

Um ambiente de negócios estável requer instituições sólidas, respeito aos contratos, transparência nas regras e segurança jurídica. O fortalecimento da democracia, o combate à corrupção e o aprimoramento da governança pública são alicerces para o desenvolvimento econômico e social de longo prazo.

A previsibilidade institucional é um fator-chave para atrair investimentos produtivos e promover o crescimento em bases sustentáveis.

O Brasil possui todas as condições para retomar o protagonismo no cenário global e promover um ciclo virtuoso de crescimento econômico com inclusão social. Para isso, será necessário enfrentar desafios profundos com coragem, responsabilidade e visão de futuro. O aproveitamento das oportunidades dependerá de reformas estruturais, investimentos estratégicos e, acima de tudo, de um projeto de país baseado em produtividade, inovação e sustentabilidade.

No próximo e último tópico deste artigo, apresentaremos o ranking completo dos 20 países que mais cresceram entre 2015 e 2024, com os dados comparativos de PIB em valores absolutos e taxas acumuladas. Essa análise final servirá como síntese dos principais aprendizados abordados ao longo desta publicação.

Ranking dos 20 Países com Maior Crescimento Econômico Acumulado (2015–2024)

Gráfico de barras colorido mostrando o ranking dos 20 países com maior crescimento econômico acumulado de 2015 a 2024.
Gráfico de barras ilustrando o ranking dos 20 países com maior crescimento econômico acumulado de 2015 a 2024.

Após analisarmos os conceitos, os fatores de crescimento e os desafios enfrentados por países como o Brasil, chegamos à parte central deste artigo: o ranking global com os países que mais expandiram suas economias ao longo da última década.

A análise leva em consideração tanto o percentual de crescimento acumulado quanto os valores absolutos do PIB em 2014 e 2024, proporcionando uma visão ampla e comparativa da evolução econômica global.

PosiçãoPaísCrescimento Acumulado (%)PIB em 2014 (US$ trilhões)PIB em 2024 (US$ trilhões)
1Bangladesh+88,4%0,150,28
2Irlanda+84,6%0,270,50
3Etiópia+79,7%0,050,09
4Índia+77,6%2,043,63
5Ruanda+76,0%0,0080,014

Embora algumas dessas economias ainda tenham PIBs absolutos relativamente modestos, seu ritmo de expansão representa transformações profundas em seus mercados internos, na produtividade e na inserção internacional. Países como Bangladesh, Etiópia, Ruanda e Vietnã, por exemplo, emergem como novos polos industriais e logísticos em suas regiões.

Já economias como a Irlanda se beneficiaram de políticas fiscais agressivas para atração de multinacionais e do fortalecimento de setores como tecnologia e farmacêutica.

Fontes dos Dados

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. O que significa crescimento econômico acumulado?

Trata-se do aumento percentual do Produto Interno Bruto (PIB) de um país ao longo de um período, somando os resultados ano a ano. Ele reflete a expansão real da economia, descontando efeitos inflacionários.

2. Por que alguns países pequenos aparecem no topo do ranking?

Economias menores, especialmente em desenvolvimento ou com reformas estruturais recentes, tendem a crescer mais rapidamente em períodos curtos. Isso acontece porque pequenas melhorias podem ter impactos significativos no PIB relativo.

3. O Brasil está entre os países que mais cresceram?

Não. O Brasil teve um crescimento econômico acumulado modesto entre 2015 e 2024, impactado por crises políticas, econômicas e pela pandemia de COVID-19. Isso fez com que ficasse fora do ranking dos 20 mais crescidos no período.

4. Qual a diferença entre crescimento do PIB e desenvolvimento econômico?

O crescimento do PIB mede o aumento da produção econômica. Já o desenvolvimento econômico envolve qualidade de vida, educação, saúde, infraestrutura e distribuição de renda, sendo mais abrangente que o crescimento puro.

5. Como esse ranking pode influenciar decisões de investimento?

Investidores observam o crescimento sustentado como indicador de oportunidades. Países que crescem de forma consistente tendem a atrair mais capital estrangeiro, projetos de infraestrutura e expansão do mercado consumidor.

Considerações Finais

O crescimento econômico não ocorre de forma isolada. Ele é o reflexo direto de políticas consistentes, reformas institucionais, investimentos estratégicos e da capacidade de um país em se adaptar às mudanças globais. O ranking que apresentamos aqui é mais do que uma lista — é um mapa das transformações geoeconômicas que estão moldando o século XXI.

Se o Brasil quiser fazer parte dessa elite de crescimento nos próximos anos, será necessário um esforço coordenado de governo, setor privado e sociedade civil, com foco em produtividade, educação, inovação e sustentabilidade.

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